É isso aí...

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Então...

Bora, prosseguir com a prosa...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

paixão x amor

Paixão...
Estar apaixonado...
Todo mundo adora a sensação de estar apaixonado, de ser objeto de paixão de alguém..

Mas um texto que li nos últimos dias - Enamoramento e amor - fala que quando estamos parciamente satisfeitos conosco não nos apaixonamos.
A paixão, segundo o autor, é na realidade uma forte intenção de enriquecer o nosso ser, a nossa existência, justificado pelo sentimento profundo de não se ter e nem ser nada de valor e pela vergonha disso.

Buscamos no outro o preenchimento para os nossos vazios.
E mais, diz também que isso justificaria o fato dos mais jovens se apaixonarem mais vezes que os adultos, pois são profundamente inseguros e não tem certeza de seu valor.
Imagine que então, aquele rapaz incrivelmente lindo e maravilhoso( que você 'pegou' e tem orgulho disso) é na verdade um tapa-buracos do seu ego mau resolvido, bengala da sua psique imatura.
Isso explicaria porque tanta gente aguenta absurdos para viver um amor que julga mágico, especial; mas que na real, teria o mesmo efeito que um bom psicólogo.

Mas será que a vida é tão sem graça?
O autor justifica a paixonite dos velhinhos dizendo que no caso deles a perspectiva do nada pela frente os impulsiona aos namoricos de 'última hora'...
E aquela história toda de finalmente encontrar o grande amor...justificativas boas para tentativas vãs de sentir-se valorado na sociedade.

Ou seja, não nos resta esperança, ou vivemos fortes emoções ou somos adultos responsáveis.

Certa ou errada, esta teoria faz sentido.
Muitas pessoas quando apaixonadas passam enormes temporadas em "órbita" ao redor do ser amado, deixando sua própria identidade em segundo plano. Um sujeito que gosta de si mesmo, que se valoriza, não se deixa anular desta forma e limita seu território de forma a preservar uma pequena zona de dignidade e zelo por si.
Quando queremos o outro de tal forma que achamos sua vida mais interessante que a nossa é bem provável que estejamos nessa categoria de amor teen.

Isso me faz pensar que, por mais difícil que pareça, a vida não é "um par de calças" , muito menos um encontro onde dali para frente seremos 'felizes-para-sempre'.
E mais uma vez caio em minha maior certeza: fogueira aos contos de fadas, tudo é culpa daqueles livros malditos que vitimizam todos, sobretudo as meninas, levando-os a crerem em bobagens inúteis que gerarão muita tristeza e contas extras no fim do mês - psicólogo, psicanalista...
Devíamos reescrever as histórias infantis para um futuro de crianças saudáveis:

  • Branca de Neve - se liga no que come pois não virá ninguém tirar você do buraco;
  • Cinderela - Coloque limites nas grosserias alheias ou seja escrava de todos;
  • Os 3 porquinhos - Se prepare bem para as intempéries ou vai acabar de favor na casa dos outros;
  • Pinóquio - a mentira tem perna curta e nariz longo, todo mundo vê;
  • Chapéuzinho vermelho - seja rápido de raciocínio ou alguém te engole mesmo;
Talvez seja apenas uma questão de crescer vendo  vida de forma mais realista, menos fantasiosa e mais madura, de forma que em nossas relações interpessoais não haja espaço para responsabilização do sujeito-objeto de apreço no que diz respeito a nossa felicidade.

Seria muito mais simples não é?

;))))

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